[CH] Parque Suzuyama

Fazia praticamente uma semana desde o coisa louco da festa, estava muito mais relaxada com as coisas que aconteciam, quando o pulso, não vou dizer curou pois não tenho certeza, parou de doer, eu podia livremente continuar a desenhar e escrever como antes. Consegui entregar o meu trabalho, o cliente ficou satisfeito, então, consequentemente, eu também. Fazia algum tempo que eu não saia de casa, a não ser para ir a faculdade, decidi tomar um ar.

Pego o meu caderno de desenhos e um lapis macio, que lugar sem ser o parque, que podia inspirar? Me ajeitei em um banco, como sempre, estava com meus headphones verdes na cabeça gritando músicas, quais eu cantarolava junto, fiquei concentrada no meu desenho que comecei a desenhar coisas pequenas e idiotas, que vi no caminho daqui, uma placa, um bicho de pelucia, todos devidamente sombreados, por uma sorte incrivel nasci com a habilidade de desenhar. Não demorou muito para as folhas se encherem.

Com o tempo eu me sentia desconfortavel no lugar, tentava mudar de posição, mas nada me agradava, levantei do banquinho, a folha tinha sido preenchida, isso poderia me dar idéias no futuro, pego o caderno de desenhos, o juntando contra o corpo, até que vi uma coisa MUITO esquesita aos meus parametros.

Olha, era Manuel.. correndo... .... MEIA VOLTA! Eu girei meus pés muito rapidamente quase perdendo o equilibrio e me esfolando no chão, como uma criança brincando de esconde-esconder, nunca fui muito esperta quando pequena, me escondi atrás de uma árvore, observando ele passar correndo. Espera aí... POR QUE DIABOS ELE ESTÁ CORRENDO? SEMANA PASSADA QUASE ESTAVA MORTO, JORRANDO TODO AQUELE SANGUE. Urk... Sangue... Eu não vou até ele e falar o quão idiota ela, não estava muito longe, peguei a minha borracha e escrevi 'Baka!' nela e joguei acertando-o na cabeça. Opa... Me escondi no meio das arvores, aquelas mais baixas, que poderiam esconder, boa parte de meu corpo.

De forma discreta eu ficava observando a reação dele, foi exatamente o que eu esperava, tinha conseguido passar a minha mensagem, não demorou muito para ele sumir de vista, meu corpo relaxou agora tendo a certeza que eu não iria encontra-lo, apesar de volta e meia dar olhadelas de realnce de onde ele estava correndo antes. Só para ter certeza, nesse processo todo, os meus fones tinham caido, então só gritavam a música aleatoriamente, só que como essa em especial era um pouco baixa consquentemente o som também saia assim.

Comecei a cantarolar feliz, voltando ao meu dia inicial, aquele em que eu acordei feliz e nada estranho me aconteceu sabe? Distraida, voltei a desenhar, no entanto, continuei a dar olhadas de relance para o local, a ultima vez que levantei a cabeça para olhar, uma voz soou. 'Ele já foi ?'

- Aham - falei sorrindo para mim mesma, foi então que paralisei, os meus pensamentos se transformaram em uma voz? Uma voz bem masculina até, isso quer dizer que de certa forma ajo como um homem ? Isso seria algo que eu teria de pensar mais sobre o assunto. O arrepio desceu pela minha coluna. Aquilo tinha sido uma voz de verdade, direciono o corpo de onde estava vindo a voz, meus olhos se arregalaram enquanto abri a boca para gritar de susto que eu passava no momento.

Quando finalmente parei de gritar, meus olhos, que continuavam arregalados, o encaravam de em cima a baixo, tomei a borracha das mãos dele, o que esse louco está fazendo aqui ? Por que? Estava tentando ser engraçado? 'Olha, eu não gosto de você, te protegi no escuro, te beijo no escuro também, e depois, eu ganho um corte grande ao lado do corpo, E OLHA PARA COMPLETAR EU ESTOU CORRENDO! ' Depois a louca sou eu.

Recuperando-me do choque, ajeitei os meus cabelos guardando a borracha no estojo que estava do meu lado, me obriguei a virar meu rosto para o caderno de desenhos, fechando os olhos para voltar a me concentrar. As piadas sobre o filme de terror tinham sido estranhas, se eu o ignorasse talvez iria embora, gostei dessa tática, assim eu não preciso voltar ap ensar em que eu beijei um estranho, lentamente sem eu perceber meu rosto corava por estar na presença de Manuel.

Demoro mais um tempo para voltar ao que fazia, nesse momento eu desenhava um ursinho de pelucia, segurando um coração, o silêncio se percorrer finalmente percebendo que eu deveria falar algo.

- Você não devia estar de repouso, ou sei lá, no hospital? Ultima vez que te vi, não estava muito bem - a voz era rouca e um pouco cansada, por que não posso voltar para minha vida normal, aquela onde vou fazer uma faculdade, um cara bom, que eu vou namorar, e continuar a fazer os meus cursos, apesar de eu ter certeza que estarei casada com minha carreira.

Ainda fingindo que o ignorava coloquei a minha mão sobre a boca, em forma de um punho, e dei umas tossidas despreocupadas, talvez devesse ter colocado uma roupa mais para as brisas geladas que tem por aqui, principalmente no lugar onde estava sentada do momento, onde o sol não consegue bater.

- No caso reclamava de mim, por ter que ficar quieta com o pulso, mas não para quieto quando o caso é você. - bufei de forma desanimada. Será que se eu saisse agora ele iria atrás? Não ia ser gentil com ele, não me sinto confortavel e posso sentir seu olhar sobre mim, me deixando nervosa sobre meu comportamento. Queria nunca ter agido como eu mesma perto dele, que normalmente só acontece quando não vejo a pessoa, ou a conheço muito bem, virei meu rosto para ele - Posso perceber que estava correndo, afinal está suado e fedido, e eute vi correndo

Estralei o meu pescoço, maldito hábito que não consigo parar, talvez devesse sair dali também, não era exatamente um lugar muito, bom de ficar, além de o frio estava tomando conta de mim, a iluminação ali era horrorosa, peguei meu estojo, e o caderno, limpava minha calça assim que levantei, de costas para ele, por que não tinha muita coragem de falar com ele, mas ai vai. Girei ficando de frente para ele, meu rosto estava na altura do peito dele por que o filho da mãe é um gigante, levantando o rosto para o observar nos olhos fiquei corada.

- Eu estou muito bem obrigada, são tosses normais. -fiquei calada absorvendo as desculpas dele, não, não é o suficiente - V.. Você.. não pode simplesmente beijar uma estranha! Você deve beijar alguém que você goste!

Talvez fosse uma visão um pouco romantica da minha parte, porém isso para mim é algo que devia acontecer com todos. Eu estava brincando com ele, tendo a certeza que ele sabia que tentava irrita-lo, mas o beijo é algo muito importante para mim.

Bufei irritada, ele não podia simplesmente aceitar, tipo, ah você está com tosse? Beleza, vamos ignorar como qualquer pessoa normal, mas nãooo, vamos bancar o médico preocupado, ele pelo jeito gosta de se preocupar com estranhos, afinal tem desconfiado dessa tosse a algum tempo além de ter me protegido na festa, o que é meio estranho, um arrepio atravessou meu corpo e o meu rosto corou ainda mais.

- Eu... não aceito suas desculpas... Você não pode simplesmente beijar estranhos, imagine se fosse o meu primeiro beijo - obviamente isso é uma hipotese pois não foi meu primeiro - ou coisa assim você deve beijar alguém que você gosta, ou ama, ou se for beijar um estranho tem que ter uma relação amorosa com a pessoa.

Eu tenho que parar de corar!

Bom imagine alguém corada, bom, agora imagina essa mesma pessoa, vermelha como um pimentão, praticamente saindo fumacinha de tão quente que está. Essa era a perfeita descrição de como eu estava naquele momento, como ele podia falar coisas assim de forma tão natural? NÃO É NATURAL! Pelo menos não dos lugares onde estava acostumada. Coisas assim sempre deviam ser ditas de forma discreta, cruzei os braços prendendo meu material contra o meu tronco, como uma maneira de perder menos calor, pois já tremia de frio a algum tempo.

- P.. pelo que eu bem me lembre você tinha me abraçado, situações assim não são faceis de sair! - quando ele citou sobre ter um relacionamento, minha voz ficou em tom ultrasônico - O que? E.. E..E...E.. EU N. NÃO DISSE ISSO!

Tentava respirar fundo, por que diabos ele se aproximou, meu instinto foi dar um passo para trás, onde bati o pé em uma arvore, beleza eu to encurralada, legal, por que essas situações acontecem comigo, tipo, sério? Que que eu fiz para você universo? Joguei pedra na cruz? Por que ultimamente se tá me deixando com uns homens esquesitos! Um é pervertido, o outro é um médico que parece estar dando em cima de mim. FALA SÉRIO UNIVERSO. Eu vou ser uma boa menina a partir de agora, ok ?

- Não quando você é um gigante, forte! - eu meio que tinha citado dos musculos dele, só que meio parece que eu tinha reparado no corpo dele, o que não contribui muito para a situação que estava. - E.. EU NÃO TO VERMELHA.... NEM NERVOSA. EU NÃO GOSTO DE VOCÊ

Tentava me acalmar mas aquela situação parecia estar se virando contra mim, eu devia ter ficado em casa.

Se tivesse alguma possibilidade meu rosto ficaria ainda mais vermelho por causa da situação bizarra que acontecia, um arrepio passou pelo meu corpo, os olhos arregalados, meu deus do céu, o que está acontecendo? O que que eu fiz? O QUE EU FIZ? Ele não vai me beijar né? Não, ele não ia me beijar! Não, ele não ia, tinha que manter isso em mente de alguma maneira, para poder me acalmar diante das coisas que surgiam do nada.

- S.. sim um gigante fo.. forte.. - tentava olhar diretamente em seus olhos, para parecer forte mais isso só me fazia ficar mais envergonhada e nervosa, como ele disse, porém não iria admitir isso para o homem. - E.. Eu não.. estou!