[S] Floricultura Balaton

Apontei para a pequena caminhonete estacionada em frente a floricultura e dei as chaves.

- Aqui.-disse e voltei a atender o cliente.

- Ah valeu~

Coloquei o arranjo na caminhonete não demorou muito para chegar no lugar, coloquei o onde a cliente pediu. Não era algo tão ruim assim o trabalho, mentira esse negócios pesam.

Mas a maniaca da Frigideira é muito fria no trabalho. Mal fala comigo. Melhor eu voltar logo... ah eu podia passar numa farmácia... Como se eu fosse cair no jogo dela de me fazer me sentir culpado!

- Tô de volta~

Por mais que eu tenha ouvido Gilbert chegar, meu cérebro não processou isso. Permaneci quieta e muito cansada. Respirava pela boca porque o nariz estava pior que o trânsito daqui e mal levantei a cabeça. Pior que minha febre não abaixou e estava doida para voltar para casa. Sigh...acho que não faria mal algum deixar as duas funcionárias trabalhando sozinha. Mas eu não tinha força nenhuma para chamá-las e falar, estava exausta.

Só faltava ela ficar me ignorando o resto do dia...

- Hey Elize! Você viu...

Ela morreu...? Coloquei a mão na testa dela, estava pior do que antes! E aquelas duas nem viram isso! Acabei brigando com as outra funcionarias.

- Não me importo se quiser me bater depois disso. - a peguei no colo - vou te levar pra um hospital.

Não disse nada, não reclamei nem contestei. Apenas apoiei a cabeça em seu peito, de olhos fechados. Ah, como ele era fofinho nesse ponto. Não demorou muito para cochilar.

Luna passeava pela cidade, quando avistou uma floricultura. Ficou lá admirando as belas e diversas flores.

Luna olhou para a menina ruiva ao seu lado e sorriu.

- São sim. Sem contar que elas podem trazer um calma paras as pessoas que perdem 5 minutos de seu tempo para observa-las. - falou gentilmente. - Eu sou Luna Mizuki. - fez um reverencia para a menina.

Luna se levantou e apertou a mão da garota sorrindo.

- Muito prazer Naoko. Não é daqui, você está querendo dizer de Shibuya?

- Ah sim. Eu sou japonesa sim. - disse ela sorrindo. Luna percebeu alguns marcas arroxeadas no pescoço.

"Isso são hematomas ou..."

- Desculpe...Não quero parecer indelicada, mas seu pescoço. O que houve com ele? - perguntou com a maior delicadeza possível.

Luna corou pela forma que ela falou.

- Ah me desculpe! Achei que fosse alguma machucado, não queria me intrometer na sua intimidade. - disse ainda muito corada, algo raro de se acontecer.

Ao ouvir a ruiva questionar o fato de ser japonesa a fez rir.

- Você é a primeira pessoa que me diz isso. Por incrível que parece sou japonesa. - falou com um sorri carinho nos lábios.

- Todos costumam a dizer que meu cabelo é estranho, mas não ligo, gosto dele. - falou gentilmente. - Sim, faço faculdade de musica lá, eu toco flauta, mas quero aprender outros instrumentos.

- Sim, toco desde pequena, pena que eu não trouxe minha flauta senão poderia tocar para você ver. - Luna se animava quando falava de sua paixão que era a musica, por isso seu sorriso era um dos mais animados. - Você também estuda no Shibuya?

Elizabeta abriu a floricultura com um olhar melancólico e desanimada. Cumprimentou as funcionárias que a esperavam com um sorriso, porém triste. Adentrou o estabelecimento fazendo as coisas habituais, com menos destreza e rapidez. Olhou o relógio, Gilbert ainda não tinha chegado e suspirou. Terminado as coisas, sentou-se no balcão e fitava o chão com a pertubada mente.

Olhei o relogio desanimado ao meu lado, bocejei, acho que vou ligar para Eliza e dizer que estou morrendo de alguma coisa.

Melhor não, aposto que ela ia descobrir e me bater com aquele raio de frigideira. Então lá vou eu me vestir e ir pro meu trabalho escravo.

Dai eu entre no meu amado local de trabalho e vejo minha patroa com essa cara de cão que caiu da mudança.

Toque com as mãos na testa dela.

— Bom dia.

Disse animado apesar de eu claramente preferir estar na minha cama mechendo no notebook.

- Bom dia.-respondeu indiferente.

Elizabeta passou o dia distraída. As vezes não ouvia suas funcionárias chamar, e pior, nem enxergava o cliente a sua frente a espera para pagar. Sempre humildemente se desculpando pelos erros e sorrindo sem graça, assim passou a parte da manhã. Quando chegou o almoço, dispensou alguns funcionários para irem comer, outros ficaram para atender a demanda de clientes que apareciam na uma hora de almoço. Um pouco mais tarde, quando tudo estava mais calmo, a garota dispensou Gilbert e a outra leva para almoçar.

Capaz de roubarem a loja inteira e ela nem notar. O que para mim não ia ser tão ruim assim.

Tá bem

Eu estou um pouco preocupado, mas como saco vazio não para em pé fui almoçar antes de descobrir o que tinha acontecido. Quando voltei trazia um saquinho de balas de goma na mão, parei no balcão ao lado de Eliza, não tinha muito o que fazer de tarde... bem até que me aparecesse uma entrega.

— Então o quatro olhos sumiu de novo? Ou foi trocada por um piano de cauda?

- Ele não sumiu. Eu briguei com ele.-respondeu, sem fitá-lo.- Roderich tem estado muito ausente, ocupado com os negócios. Acabei brigando por causa disso, quase não tem tempo para mim.-completou, bem desanimada, olhando o anel de noivado.- Pergunto-me se será assim quando eu me casar.-pensou alto.

— aposto que com o tempo vai ficar bem pior - acabei resmungando - Foi mal...

Pesquei mais uma bala do saquinho, tinha formato de urdo e era verde.

— Mas o Roderich é um covarde, se brigar com ele só vai faze-lo sumir mais. Até que tenho coragem para voltar poder ser tarde.

Espero que ela não me bata, apesar dela parecer meio muxa pra isso hoje.