[S] Floricultura Balaton

- Oh, por favor, querido e amado Gilbert, o albino gay, poderia por favor aceitar a vaga de emprego que lhes ofereço?-falei com uma voz super fina, debochado e piscando os olhos exageradamente feminina.

- Hum... Se é assim eu aceito. - depois sorri - Pelo jeito ainda quer que eu prove que não sou gay.

Que, não era para ele ter aceitado, falei aquilo por brincadeira.

- N-Não era pra você...esquece.-ajeitei o cabelo.- É um apelido engraçado, não necessariamente quer dizer que te acho gay.-pelo contrário.

- Sei sei... -- coloquei a mão na cintura - Afinal você quer que eu trabalhe aqui ou não? Não pode passar o resto da vida carregando vasos.

Olhei de lado, pensativa e de braços cruzados.

- Okay, está contrato~-sorri.- Poderá começar a partir da segunda.-avisei com um sorriso estampado no rosto.- Yay, o incrível albino está sob os meus pés agora!-ri, pensando nas judieiras que eu poderia fazer com ele, de brincadeira, claro.

- Como se eu fosse fazer tudo que me mandasse. - se ela pudesse ia fazer eu pagar todos os meus pecados só no primeiro dia.

- Ah vai sim, ou reduzirei o pagamento pela metade.-ameacei.- Pensando melhor, eu queria tomar café. Vai lá buscar para mim.-coloquei uma nota em sua mão, enquanto tirava uma tesoura de jardineiro do balcão.

- Que eu saiba só começo na segunda. - coloquei a nota na mesa. - Mas se você quiser sair depois...

Suspirei, droga. Larguei a tesoura no balcão e chamei uma das funcionarias, que estava cuidando das flores nos fundos. Pedi para que cuidasse da floricultura na minha ausência.

- Vamos comer alguma coisa no Starbucks.-falei, gaurdando a nota no bolso do avental.

- Você quer mesmo andar na rua com um albino gay? - falei a ultima parte com ironia - E não é melhor fazer isso depois que fechar?

- Dá licença, eu estou com fome.-respondi prontamente.- Cala a boca, não seja teimosa e vamos. Ou leva frigeirada na segunda.-o arrastei até o Starbucks.

Eu estava enrolada em um cachecol e casaco longo e quentinha. Aquele maldito boca aberta fez praga em mim, só pode! Meu rosto estava avermelhada, congestionada, tossindo secamente e ainda não tinha febre. Ainda. De qualquer jeito tive que ir trabalhar, pois era eu que controlava o caixa da floricultura. Abri o estabelecimento e me posicionei no balcão, retirando da bolsa uma caixa de lenços, a frigideira(?) e meu remédio. Ai que droga. Assoei meu nariz, sentei e deitei a cabeça no balcão, fechando os olhos, a espera dos funcionários e clientes. Ainda assim, continuava com o meu habitual vestido verde, lenço, botas e a presilha no cabelo.

Ah era tão legal viver dos alugueis, por que a minha incrível pessoas teve essa idiota ideia de ir trabalhar justo na onde? Na floricultura da maniaca da frigideira. Se bem que agora ela preferia pisar nos pés alheios. Resumindo era meu primeiro dia cercado de florzinhas e o que encontro?

- Se ficar dormindo ai vão roubar a loja e nem vai ver.

Tenho que lmebrar de colocar sinos na porta para avisar sobre pessoas entrando na floricultura. Levantei a cabeça e o olhei mal humorada. Desviei o olhar e nada disse a não ser ordens.

- Tem cinco grandes arranjos no fundo da loja, pegue-os e coloque naquela espaço vazio.-disse, sem demonstrar nenhum tipo especifico de emoção, assoando o nariz logo em seguida.

Ela quer me matar tenho certeza disso. E onde fica o fundo? Ela podia fazer o favor de falar onde ficam as coisas. Andei um pouco até achar o que deveriam ser os arranjos. Minha coluna vai pro saco! Onde eu seguro nessa coisa? Acho que aqui... Que pesado! Comecei a levar aquele treco lá pra frente.

- Devia ter me ouvido...

Voltei a deitar a cabeça no balcão, mas duas garotas entraram e ficaram olhando as flores e os arranjos, tive que mostrar-me saudável. Uma das minhas funcionárias atendeu-as e logo que Gilbert colocou um arranjo no seu lugar, ambas se encantaram a primeira vista e disseram que queria levar aquela.

- Gilbert, coloque o arranjo naquele canto ali.-apontei.

Eram irmãs e as flores seria um dos presentes que dariam a tia. Pagaram, deram-me o endereço e o horário que poderia entregar, despediram e sairam da floricultura. Espirrei e assoei o nariz de novo.

- Eu acabei de trazer para cá... - resmunguei baixinho antes de levar o arranjo para o outro lado. - Vou trazer o resto para a frente, madame, e você devia mudar essa cara de morta.

Fui para o fundo e logo voltei trazendo outro. Acho que esse era um pouco mais leve.

Não estava a fim de brigar, nem de retrucar. Deitei a cabeça de novo no balcão, mas novamente não passou nem 10 segundos, outro cliente adentrou. LEI DE MURPHY! Hoje que to mal, me vem um atrás do outro. Fui obrigada até a atender um, já que as outras duas funcionárias estavam ocupadas. Fiz o possível para não tossir nem espirrar ao lado dele.

A manhã passou até dar o horário de almoço. Ao longo do dia eu ia tomar canecas de chá com mel para ver se melhoraria. Fechei a floricultura para hora do almoço e voltei a deitar a cabeça no balcão, fechando os olhos.

Tirando o carregar de vasos e arranjos de um lado para o outro não fiz nada demais... mas bem que esses vasos podiam ser mais leves, não que esteja reclamando.

Não acredito que um ventinho frio realmente deixou ela desse jeito?! Coloquei a mão na testa dela, estava quente.

- Elise vá pra casa você está com febre!

Neguei com a cabeça.

- Não deixo ninguém cuidar do caixa além de mim.-disse, ainda de olhos fechados.- Já tomei remédio, vai passar.-continuei deitada.- Vai almoçar, tem uma hora para isso.-avisei.

- Vou ficar aqui. - Mein gott que cabeça dura! - Deve ter um pano por aqui é melhor fazer uma compressa, para ver se baixa. Não tem nenhum lugar para você deitar? - E eu aqui me sentindo uma mãe, deve estar fazendo isso de proposito.

- Fique calado por pelo menos uma hora? Não quero nada seu.-a ultima frase saiu meio choroso e escondi o rosto, voltado para o balcão.

Se fosse Roderich, ele teria me tratado muito mais gentilmente. Sinto saudades dele, mas não sei o que anda fazendo. N-Não chora, não na frente do albino gay. Argh, segura! Acalme-se, respira fundo, isso...sigh, sem lágrimas derramadas, graças!

- Dai a gente tenta ajudar do melhor jeito que sabe e leva patada...

Resmunguei, mas mesmo assim eu não ia deixar ela sozinha. Me sentei no chão ao lado dela e apoie a cabeça no cadeira que estava sentada

Eu cochilei no balcão e só acordei quando ouvi vozes que não sabia de quem era. Olhei o relógio e me assustei. Já tinha passado do almoço e graças a deus que minhas funcionárias abriram a floricultura no horário.

- G-Gilbert, entregue esses arranjos nestes endereços.-pedi, dando uma folha impressa para ele.

- Hã?

Acho que dormi, esfreguei os olhos levantando do chão. Tirando a cara amassada ela parecia um pouco melhor, pelo menos não morreu enquanto dormia. Tinha de levar o raio do arranjo de meia tonelada, peguei o papel das mãos dela e olhei o endereço, era um pouco longe.

- É assim... eu vou levar o arranjo a pé?