[CH] Parque Suzuyama

Suas mãos se apoiaram do lado do meu corpo, me deixando no meio, agora sim eu não poderia fugir, quando finalmente me ocorreu a idéia, que o idiota só estava zoando da minha cara da mesma maneira que eu estava tentando irritar ele semana passada, uma pequena frase soou, na mesma hora meus olhos ficaram arregalados, pensei em algo para responder, mas seus lábios já tocaram o meu, dando inicio a um beijo calmo, a minha respiração, começou a ficar ofegante pelo estado de choque, o filho da puta sabia beijar, coloquei a minha mão sobre seu peito em uma maneira de conforto mas implicava uma pequena força, como uma tentativa vaga de empurrar ele, por que é isso que deveria fazer, ainda segurava o material contra o corpo, e nossos fones gritavam fazendo a harmonia entre eles dar uma música muito esquesita, o que era mais ou menos o que acontecia nesse exato momento na vida real.

Lentamente comecei a corresponder o seu beijo, esquecendo do jeito em que o loiro tentava me provocar, como brotou do nada me dando um susper susto. Agradecia por estar de jeans e uma camiseta, apesar de sentir, uns fiapos do casco de árvore nas minhas costas, ciente que tinha de manter o material nas mãos eu assim o fiz, mas agora, com a mão disponivel tentava fazer ele se aproximar de mim. Que raiva dele.

Senti seu braço me envolver me deixando mais perto dele ainda, só tinha meu braço e material que o impedia de ficar bem perto, estava aproveitando o beijo, quando o pensamento me ocorreu, por que diabos eu estou fazendo isso? Abri os olhos, que anteriormente tinha fechado para lhe beijar, bem atenta ao que acontecia. Derrubei meu material para ter força para empurrar ele, quando me soltou, agachei e peguei o caderno e estojo. Irritada. Na verdade toda aquela vergonha tinha se transformado em ódio puro.

- POR QUE VOCÊ ME BEIJOU DE NOVO? NÃO OUVIU AS COISAS QUE EU DISSE ANTES? ENTROU POR UMA ORELHA E SAIU PELA OUTRA? - bufei totalmente irritada, depois dos berros, dando meia volta e sai andando do meio das arvores tentando tirar as folhas grudadas no cabelo, e gravetos entre outros da roupa.

Queria fechar o punho se eu não estivesse carregando os materiais, coloquei os meus headphones, me sentindo totalmente idiota e irritada, tentava retirar o máximo de folhas e gravetos e extras, das roupas e cabelo, queria simplesmente jogar o meu caderno nele e sair correndo, mas agora pessoas nos observavam, sinceramente, eu também olharia se eu visse uma menina saindo irritada do meio dos arbustos cheia de coisas em cima dela gritando sobre beijo, e do nada um loiro atrás dela, que saiu do mesmo lugar. Estavamos fazendo uma cena.

- Para de me seguir! Eu não fiz nada! PARE DE ME SEGUIR - ele só precisava me obedecer, e eu tinha que parar de sair de casa.

Eu parei do nada e girei para trás ficando de frente com ele, o encarando com muita raiva, pronto para empurrar ele se chegasse muito perto de novo. Por que Manuel não podia me deixar em paz? Agora eu até preferia estar na loja do moreno, o moreno pervertido esquesito, que eu não sabia o nome. Seria muito melhor do que estar aqui, DISCUTINDO COM ESSE IDIOTA. Sabia que as intenções do loiro era me fazer admitir que ele estava certo, mas nem fudendo que eu faria isso, eu nunca admitiria que estava errada, E EU REALMENTE NÃO ESTAVA.

- Você não está certo! Ah, me desculpe, me ensine a como ficar parada de alguma forma eu estava te seduzindo para me beijar. - cruzei os meus braços com o material, que eu agora tinha fechado para não estragar ainda mais as páginas,

Encarei o de cima a baixo fula da vida. Ele estava zoando da minha cara? Bufei dando um tapa em sua mão, voltando a segurar o meu material, que agora eu fechei para não estragar ainda mais as páginas, quais já deviam estar um pouco sujas de terra, o que me deixava ainda mais irritada. Não importa o quão fofo ele acabava sendo as vezes, era simplesmente um idiota, com I gigante. Vamos beijar meninas aleatórias, me fazendo pensar que ele não só me beija, como beija outras meninas, que por acaso leva o pensamento de cafajeste. O sol estava se pondo, e assim ficando mais frio, eu me sentia muito a mostra sem nenhum casaco, voltei a tremer de frio, e percebi uma pequena dor quando dei-lhe um tapa. Precisava sair dali rapidamente, por que sinceramente andar na rua sozinha, a noite, não é algo que gosto de fazer.

- Se tá brincando comigo ? - falei meio que gritando com ele - Você perdeu todas as chances de eu confiar em você. Independente das várias coisas que você faça, além do mais, por que eu devia colocar minha confiança em você? Sabe sobre mim, mas a ultima vez que eu me lembro, não sei nada sobre você, Manuel, o deixando muito suspeito sobre o meu olhar. Agora me da licença, que eu quero chegar em casa antes que escureça.

Girei meus calcanhares, dando uma volta de 180 graus, caminhando o mais rápido possivel para pegar o trem, pois não tinha dinheiro o suficiente para pagar um táxi.

Bufei com muita raiva, me controlei para não bater nele, ali mesmo, de novo. Só que dessa vez seria interessante eu der um tapa na cara, tipo, bem mais pratico, vamos se segure. Por que já estamos fazendo uma cena, pessoas voltando para casa que passam por ali por curtir a natureza e tudo mais, que vergonha passar por isso por causa desse idiota! Espero nunca mais vê-lo depois desse dia.

- Você não está vendo que eu diferente de você tenho que pegar um trem para ir para casa, então que tal você simplesmente parar de falar e me seguir, me incomodar no geral para eu poder ir para casa e fazer as coisas que eu preciso - quando eu apertava o punho senti novamente uma pequena dor, mas ignorei-a como antes e comecei a andar de forma mais rapida realmente percebendo que iria perder o trem, e teria de esperar mais uma meia hora para o próximo.

Eu sinceramente estou pensando, se eu joguei pedra na cruz, se eu maltratei um animalzinho, se eu esqueci de botar algo no lixo dos reciclados, se eu fiz algo ruim para eu estar com um louco atrás de mim gritando no meio da rua, coloquei a mão na frente do rosto mais envergonhada, meu deus do céu, sinceramente o que eu fiz? Ele podia parar de me perseguir.

- Tipo claro, vou seguir um cara que eu não conheço, na casa dele, super seguro, que vem me beijando, por acaso, é a segunda vez que tu me beija, eu, uma estranha. Eu comentei contigo que está totalmente suspeito né? Pelo jeito Deus me decidiu jogar contra você, meu primeiro instinto depois de ser beijada por um estranho é tipo, nunca ver ele de novo, por que ele provavelmente está me usando para tirar carência. Só confio em pessoas que eu namoro- bufei irritada não querendo falar essas coisas.

Estava atravessando a rua, pensando que estivesse mais vazia, quando eu começo a ouvir uma buzina alta, entrei em estado de choque.

De alguma maneira eu tinha passado de olhando para um carro com os faróis fortes, buzinando, para o chão olhando o loiro perto de mais, fiquei envergonhada, ele me salvou ? Por que ele fez isso ? Minha primeira reação foi dar um mini-tapa na cara dele irritada, com quase nada de força, retardado! Retirei os cabelos dele. Esperaria ele levantar.

- Por que você fez isso? VOCÊ ESTÁ MACHUCADO - gritei apesar de estar totalmente aliviada de estar salva entre outras coisas.

Suspirei, tinha certeza que estava corando, quando ele se sentou, também me ajeitei, levantando, nunca fiquei tão feliz por ter ajeitado os meu caderno, se não ele teria sido detonado nessa queda. Uns carros buzinaram, não sabia mais o motivo. Quando respirei fundo, eu tinha uma voz mais terna, apesar da vergonha estar tomando conta de mim por ele ter me protegido, de novo. Pego o meu lencinho de pano, de dentro dos meus bolsos, algo que eu sempre tinha em mãos, um hábito estranho que minhas amigas japonesas me deixaram. Passava por seu rosto, que agora esta sujo, limpando-o.

- Você está machucado, está com um ferimento do lado do corpo. Só admita.

Ouvindo ele dizer que seus pontos romeperam, imaginei sua roupa ficar encharcada de sangue, mordi o lábio, prescisava ter certeza que ele ficaria bem, eu aguento alguns minutos com sangue. Não precisava lembrar de todos os acontecimentos ruins que envolviam sangue. Quando dei uma limpadinha básica nele, guardei o lenço e ofereci minha mão para ele pegar, para ajuda-lo, olhando para o lado eu automaticamente disse.

- Não é como se eu quisesse ajudar ou coisa assim... mas... eu te acompanho até em casa - para ter certeza que você fique bem, parcialmente por que eu me sinto culpada.

Percebi que ele não depositou seu peso em mim, queria saber o motivo mas não perguntei. Ele tentava cobrir a lateral do corpo, onde, pelo que me lembro bem tinha um grande machucado, se os pontos abriram não ia demorar para começar a vazar sangue para tudo os lados, que coisa nem um pouco nojenta sabe, apesar de já sentir o cheiro do fluido que saia do corpo, lembrando-me do gosto metálico, de repente fiquei reta pelo arrepio que passou no meu corpo. Era minha culpa ele estar assim o minimo que poderia fazer era acompanha-lo até em casa e ter certeza de que ele ficaria bem.

- Para de ser teimoso, eu te acompanho até lá - falei com a voz rouca e um pouco envergonhada, a essa meu rosto já devia ter corado a uma cor rosada, novamente, isso já está me irritando, coloquei minhas mãos nas costas deles e o empurrei para a calçada de forma gentil, e dessa vez olhando por onde ia.

Depois que subimos a calçada, comecei a caminhar ao seu lado de forma silenciosa, não demorou muito para que ele fizesse um movimento um pouco subito, parecia que estava com dor mas eu não saberia a não ser que perguntasse mas ele é muito orgulhoso para me responder com sinceridade, por isso fiquei calada, mas acelerei os meus passos, e colocando uma das minhas mãos, novamente, em suas costas, como se o pressionasse para andar mais rápido, provavelmente pensava que 'ah legal, ela quase me mata e agora ta tentando fazer com que eu saia correndo de novo! ' Eu não fazia ideái para que lado era a casa dele, mas esperava que chegasse rápido para ele ficar bem, pera, pera, para eu poder ir para casa...

Eu queria fechar os olhos e deixar ele me guiar para a sua casa, apesar que eu deveria tipo, bancar a guarda-costas. Sim eu uma menina minuscula, ia ver se nada ia bater nele, e cuidar para ele não cair no chão ou coisas assim, espero que ele não caia por que sinceramente ele deve ser pesado, notei o suspiro de alivio dele, pelo jeito estavamos perto do lugar desejado. Não demoraria muito. É um fato para mim que eu iria subir junto com ele para ter certeza que tudo fiquei bem, o peso na minha consciência não iria me permitir deixar Manuel sozinho.

- Eu vou ficar com você até ter certeza que está bem, não quer que eu ligue para o hospital ou coisa parecida? Até para James...