Cá estou eu, sentada numa cadeira em frente a um psiquiatra que faz trocentas perguntas, fica falando coisa sentimentais, etc, etc. Como é que vim parar aqui? Ah é mesmo.
Vendi a minha casa. Já devem ter a derrubado para contruir um prédio. O dinheiro fora toda depositada na poupança para render com os juros. Não foi mal negócio.
Minhas coisas estão todas num médio cômodo, com uma cama, janela e armário neste hospital psiquiatrico a qual voluntariamente me internei. No final, me fora declarado sociopata e depressiva e suicida. Nossa, que novidade. Agora eu estava presa aqui, com apenas dois dias por semana para sair dele e voltar. De resto, passo por terapias, consultas a psiquiatras, tomo alguns remédios e nas horas livres, fico sentada num sofá branco, olhando a rua pela janela bem a minha frente.
O que? Acha que eu ouço esses maníacos? Pff, é brincadeira viu. Eu apenas tomo os remédios, se é que funcionam. Acho que estou virando uma drogada. Lamentável.
Mas eu não tenho paz. Só de me verem três horas seguidas sem mexer um músculo naquele sofá, me pedem para fazer outras atividades. Na primeira vez que fizeram isso, me puxando para fazer amizade com outras, gritei com a vadia da enfermeira proque era a milésima vez que dizia que não queria. Foi um feito eu ficar uma semana na solitária. Pois é, minha primeira semana foi assim. Naquela sala pequena, sem janela, nem nada, a comida sendo entrega por uma portinhola. Não foi tão ruim, pelo menos estava na minha.
Os dias lá me detonaram. Meu rosto ficou mais chupado porque havia emgrecido bastante, já que me drogava, fumava e não comia muito e se comia, eu vomitava no banheiro. Ah, quando fui liberada da solitária, passei a me trancar no banheiro. Pra que, sentiram falta da garota de cabelos verdes. Fui logo descoberta. Nós não podíamos ficar no quarto e isso é um problema. Sim, estou procurando algum lugar para ficar a sós. Por enquanto, eu fico vagando para lá e para ca no grande hospital, me sentindo realmente uma louca, já que além do cabelo cheio de nós e desengrenhado, eu tinha que vestir aquelas roupas horrorosas branca.
Acabei encontrando um local onde garotas tão jovens como eu fumavam e se drogavam escondidas. É, é o clube das drogadinhas. Pronto, olha o que a enfermeira queria! Fiz amizade com as três garotas, tão acabadas quanto eu. Como elas conseguiam trazer isso, era um mistério. Minha rotina mudara para fumar, drogar, jogar cartas e rir de cada paciente ali internado
Olha, eu tava aqui não para me recuperar, mas talvez como uma espécie de punimento. Ou talvez para não precisar trabalhar mais, já que tenho comida e moradia de graça e estava longe de encontrar qualquer pessoa, seja Julieta, Matthew, Akihiro. Olha dá para contar nos dedos. Patético.
Eu...gostei daqui. Tem cada pessoa idiota e retardada que me divirto rindo, sem contar que as drogadinhas tem cada história tosca e fútil, que de tão drogada estou que acabo rindo. As visitas a solitária ficaram até que frequentes, já que eu comecei a abominar as terapias e aos que os psiquiatras diziam, sendo irritantemente ironica, sacarstica e escarniava-os.
Nasci para viver aqui.